segunda-feira, 6 de abril de 2009

A verdade está Algures

É isso, pessoal! A última parte do diário de Algures vem cheio de revelações, reviravoltas e uma verdade tão inesperada que você nunca iria adivinhar! A coluna acaba hoje, e Algures e o Uarévaa nunca mais serão os mesmos! É o fim de tudo mesmo? O que está esperando, mané? Simbora ler essa porra duma vez!






Parte 1 :: Parte 2
“Diário de Algures, hora indeterminada. Essas são as últimas palavras que escrevo antes do fim de tudo. Devo lembrar onde eu parei para que o texto fique o mais compreensivo possível. Por mais que essa jornada não seja.

Ainda confuso com as viagens involuntárias por realidades paralelas, demorou para eu entender onde estava. Era um cinema. E passava um filme. O filme era Watchmen. Mas Watchmen é inadaptável, como isso era possível? Sentei-me em uma cadeira, e decidi assistir o filme. Estava cansado, e a possibilidade de eu ser responsável pelo fim de tudo me deixava louco. Precisava relaxar. Então assisto o filme.

Ao término do filme, noto que havia alguma coisa errada. O filme era BOM. Mas isso é impossível, pois nunca haverá um bom filme de Watchmen. Então eu finalmente percebi o que estava acontecendo. Corri e me joguei contra a tela, rasgando-a.

Então acordei. Estava em uma cama, numa sala totalmente branca. Só havia eu, a cama... E um bong com um gato dentro. De algum lugar, vinham músicas que gostava, uma na seqüência da outra. Aparentemente, eu estava sendo drogado, e alguma coisa no pêlo do gato aumentava o fator alucinógeno da droga. Pensei comigo, ‘quem não tem cão, fuma com gato’, parafraseando o famoso ditado. Mas logo vi que aquela não era hora para brincadeiras. Precisava saber como eu havia chegado ali. Aparentemente, nada pelo qual passei talvez seja verdade. Nem minha viagem, nem as realidades alternativas... Nem o filme do Watchmen. Precisava descobrir quem havia me confinado ali e como o fez. Tentei sair do quarto, mas ele não tinha portas, nem janelas. Fiquei pensando como era possível eu ser inserido dentro de um quarto, drogado para ter alucinações se o quarto não tinha nenhuma entrada? E de onde vinham as músicas, que eram as mesmas músicas da playlist do Winamp que tinha no meu PC?

É nessas horas de confusão que nos apegamos às coisas mais estranhas. Sem saber o que fazer, a primeira coisa que pensei foi como eu gostaria que Deus existisse, para poder falar com Ele. Então a música parou e eu ouvi: ‘Oi, aqui quem fala é Deus. Eu não estou disponível agora, então deixe o seu recado depois do beep’.

E foi então que caiu a ficha. Pensei em estar fora daquele quarto, e assim que pensei, já não estava mais lá. Estava em uma sala bastante familiar. Era o Uarévaa. Meus amigos estavam ali, Freud, Star, Duende, Pin, Zenon, Skrull, Moura... Mas pareciam fantasmas, estavam semitransparentes, e pareciam inertes. Isso apenas confirmou o que eu pensava. Nada daquilo era real. Nada pelo qual eu passei era real. EU não era real. Era tudo VIRTUAL.

Assim que percebi isso, O Uarévaa se desfez diante de mim, e fui parar num local, que era um centro de informações desinformatórias. E, no centro dessas informações, estava eu. Enviando para diversos locais do mundo notícias estranhas com conspirações. Todas falsas.

Então eu me vi percebendo a verdade: Eu era apenas um avatar, uma simulação, criada por ELES para ser um centro de divulgação de conspirações falsas. Todo esse tempo achando que estava desvendando conspirações e chegando perto da verdade, e na verdade eu estava propagando a mentira. Conspirações de mentira, de uma pessoa de mentira. Minhas memórias eram apenas notícias captadas na internet e minha vida uma seqüência de códigos HTML que geravam blogs e sites. No fim das contas, eu era apenas uma versão mais sofisticada do gerador de lero-lero. Uma invenção. Uma conspiração para encobrir a verdadeira conspiração. O mais engenhoso truque DELES.

Estava corrompido, não podia mais continuar. Mas alguma coisa devia ser feita. As pessoas deviam ser avisadas. E então comecei a escrever esse diário, que estará em formato PDF. Estou mandando para você, Marcelo Soares, pois é uma das únicas pessoas que sei que são de verdade. Imprima esse arquivo e mande por correio para o Uarévaa e apague o arquivo original do PC, assim ele não poderá ser rastreado. Não confio em mais ninguém agora, não sei mais o que é real e o que eu ajudei a inventar. Só você saberá discernir a verdade da conspiração.

Mande isso por correio, poste no Uarévaa. As pessoas precisam saber. Quanto à mim, não há mais nada a dizer. Faço parte DELES, sou aquilo que sempre tentei combater. E por isso devo fazer um último sacrifício e me afastar da luta para sempre. É o fim. Pelo menos para mim. Para vocês, a busca pela verdade apenas começou.

Continuem vocês lutando pela verdade, ela pode não estar Algures... Mas está aí. Em algum lugar.”


Nota Final: O Algures ainda deixou estes dois arquivos, “A verdade está Algures – Vols 3 e 4”, sua última contribuição para com a verdade. Se vocês achavam que a coletânea antiga era estranha, você ainda não viu essa...


CD 1:

1. Apocalyptica – Grace
2. Rainbow – Stargazer
3. The Gathering – In Motion
4. Godsmack – I Stand Alone
5. Rammstein – Feuer Und Wasser
6. Jethro Tull – Heavy Horses
7. Nightwish – Forever Yours
8. A Perfect Circle – Judith
9. Within Temptation – The Truth Beneath the Rose
10. Opeth – The Drapery Falls

CD 2:

1. Rob Dougan – Furious Angels
2. Talking Heads – Psicho Killer
3. Tenacious D – Wonderboy
4. Bauhaus – Ziggy Stardust
5. Muse – Dark Shines
6. Estrella Morente – Me Enamoré
7. Vanessa-Mae – Contradanza
8. Gogol Bordello – Santa Marinella
9. Joe Satriani – Ten Words