quarta-feira, 29 de abril de 2009

Moura em Série

Armação Ilimitada

Saiu essa semana a noticia que Armação Ilimitada, a série global do final dos anos 80, vai virar filme.
Bem, posso dizer que que quando li essa notícia fiz um UOU! Com um sorriso na cara e os bracinhos levantados.

A garotada mais nova que visita o blog não deve sequer lembrar do que se trata, mas pessoal que tem a idade mais próxima ao Freud (ok, ok... nem tanto...) deve guardar na memória as aventuras dos surfistas malucos Juba e Lula, a namorada deles, Zelda, e do garoto Bacana.

Bom, vamos as informações básicas: a Armação era uma série que começou em 1985 e durou até 1988, inicialmente apresentando uma vez ao mês, depois quinzenalmente, passava na sessão Sexta Super e veio de uma idéia dos atores, e protagonistas, Kadu Moliterno e André de Biase. Daniel Filho, o diretor, colocou uma fé no projeto e investiu no programa.


Juba e Lula faziam bicos dos mais variados em sua firma, a Armação Ilimitada, sempre envolvendo esportes radicais e investigações. Os heróis garotões dividiam apartamento com a jornalista Zelda Scott, a Andréa Beltrão, que namorava os dois ao mesmo tempo e não conseguia se decidir com qual dos dois iria ficar. A família ainda contava com Bacana (Jonas Torres), um garoto órfão adotado pelo trio que fazia as vezes de secretario do grupo.

Zelda era filha de um exilado político, refletindo então a recém derrubada ditadura.
Ronalda Cristina (Catarina Abdalla) era a melhor amiga de Zelda, uma maluca que sempre estava seguindo a ultima moda, e dizia que sua filha era fruto da relação com um alienígena.
Francisco Milani, o saudoso, fazia o Chefe do jornal Correio do Crepúsculo. Ele era simplesmente chamado de Chefe, e dava a jornalista as mais bizarras reportagens.
Todos os episódios eram narrados pela Dj Black Boy, vivida por Nara Gil.


Mas o que tinha de bom nesse programa? Armação foi inovador (e ainda seria hoje em dia), pois tinha uma edição de videoclipe, um triangulo amoroso que na verdade era um grande ménage, metalinguagem, citações mil a cultura pop, e toda uma estética de quadrinhos, com cores fortes e cenários surreais.

O próprio escritório da turma tinha escadas que não levavam a lugar algum, e uma grande F-1000 com o nome da empresa no meio da sala.
Cada episódio mudava completamente a fotografia e tudo mais, jogando Juba e Lula em praticamente mundos diferentes, do sertão nordestina, as praias cariocas, outros planetas ou o velho oeste.


As reuniões entre Zelda e o Chefe eram um show a parte. Surrealismo total, pois a cada encontro todas as metáforas tomavam forma real. Os cenários, figurinos e situações eram absurdas, todas relacionadas a conversa dos dois, sem sair do escritório.

A série antecipou tendências , como os esportes radicais que tanto fariam sucesso nos anos 90, e os protagonistas, como esportistas na vida real, dispensavam dublês para as cenas de ação. Isso rendeu a Kadu Moliterno três costelas e dois dentes quebrados.
Além disso, pelo baixo orçamento, o próprio elenco ajudava na parte técnica, carregando material e tudo mais.

Há alguns anos a idéia de se fazer um filme da série vem sendo cogitada. Kadu Moliterno já apresentou o roteiro e aparentemente tudo se encaminha para um futuro cinematográfico para a dupla. Kadu e André já confirmam presença, mas ainda não há nada certo sobre a presença de Andréa Beltrão, Jonas Torres e Catarina Abdalla. Francisco Milani infelizmente faleceu em 2005.

Quem não conheceu, dá uma vasculhada e procure conhecer. A série era muito divertida e fez a felicidade da molecada lá nos longínquos anos 80, e acho que agradaria até hoje.

É isso ae galera... até o próximo episódio!