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Um é o filho da princesa de um reino submarino com um humano que tem os homens como inimigos; outro é o filho de um cientista que quebrou as fronteiras entre a terra e o oceano. Dois homens diferentes, com muitas similaridades: Respirar debaixo d’água... E ser parte da história dos comics. Mas como eles se apresentarão frente à um outro tempo, onde eles não existem mais?
“Enquanto isso, na banda desenhada...” é uma seção que traça um paralelo entre o universo real e o mundo dos quadrinhos, analisando como as duas realidades afetam uma à outra, trazendo informação e estimulando a reflexão acerca dessa 8ª arte.
Era de Prata
Pode-se dizer que todos os super-heróis originais “morreram” quando a Era de Ouro acabou, Não só os que foram modificados ou os que nunca mais foram publicados, mas todos, inclusive aqueles conhecidos até hoje, deixaram de existir. Em seus lugares, personagens com origens, atitudes, poderes e até identidades diferentes surgiram. Com Namor e Aquaman não foi diferente.
Em Adventure Comics nº 260, de 1959, um novo Aquaman surgiu pelas mãos de Robert Bernstein e Ramona Fradon. Este Aquaman era Arthur Curry, filho de Tom Curry, um faroleiro humano e Atlanna, uma renegada do reino submarino da Atlântida. Arthur cresceu criado por seu pai e se descobriu possuidor de incríveis habilidades, como respirar debaixo d’água, comunicar-se com animais marinhos e realizar incríveis proezas aquáticas. Quando adulto, decidiu proteger os oceanos sob o codinome de Aquaman. Logo, Aquaman juntou-se à alguns dos mais famosos heróis da superfície e ajudou a fundar a superequipe conhecida como Liga da Justiça.
Em Fantastic Four nº 72, de 1962, Namor ressurge diferente em um tempo diferente. Nesse tempo, O Tocha Humana original não existia mais, mas havia um rapaz que possuía o mesmo nome e poderes, Johnny Storm, que faz parte do Quarteto Fantástico e cujos poderes derivam da exposição à raios cósmicos. Foi esse Tocha Humana que encontrou Namor vagando como um sem teto, sem ter recordações de quem fora no passado, e foi este Tocha Humana que o fez lembrar-se de quem era. O problema é que, ao ter suas memórias de volta e ao retornar para o oceano, Namor descobre sua cidade (que agora era chamada de Atlântida) em ruínas. Ele culpa os seres da superfície e empreende uma batalha contra os humanos, ao que é derrotado pelo Quarteto Fantástico e pelos Vingadores.
Com o tempo, algumas particularidades de Aquaman foram mudando gradualmente. Seu poder de comunicação com as criaturas marinhas passou a ter fonte em uma habilidade telepática, podendo agora se comunicar com as criaturas do mar também à distância. Como muitos dos grandes personagens da época possuíam uma vulnerabilidade (Superman tinha a Kriptonita, Lanterna Verde tinha a cor amarela), os autores acharam que Aquaman também precisava de uma, por isso passou a ser estabelecido que o personagem não podia ficar mais de uma hora fora d’água, ou morreria.
Namor continuou sendo visto como um vilão pelo Universo Marvel por um bom tempo, sendo enfrentado diversas vezes pelo Quarteto Fantástico e pelos Vingadores, tendo inclusive se aliado ao Hulk e à supervilões como Doutor Destino e Magneto. Diferente do Namor "original", que era um jovem impetuoso, este Namor era um adulto arrogante e autoritário (e agora rei da Atlântida), uma "evolução natural" de sua personalidade.
Mesmo fazendo parte da Liga da Justiça, Aquaman teve suas aventuras solo, sempre em histórias secundárias em revistas de outros personagens, até que em 1962 teve sua primeira revista solo homônima, onde acabou conhecendo a fundo a Atlântida e seu povo, foi reconhecido por eles como filho de Atlanna e votado para se tornar rei do povo atlante. Ele conheceu Mera e casou-se com ela na mesma época em que foi coroado rei. Foi nessa época que ele passou a ter seus primeiros arqui-inimigos, como o Mestre dos Oceanos (seu meio-irmão) e Arraia Negra.
Durante seu período visto como uma ameaça à superfície, Namor teve como uma de suas principais motivações o amor por Susan Storm, a Mulher invisível, tema recorrente até hoje nas histórias do Quarteto Fantástico e do personagem. Namor passaria a ter histórias em diversas antologias da Marvel até 1968, quando começava a ser publicado em seu próprio título, “Sub-Mariner”. Suas histórias geralmente alternavam entre conflitos em seu próprio reino (o que incluía insurreições e tentativas de golpes) e seus combates contra os heróis da superfície. Em 71, Namor integrou, junto com Doutor Estranho, Surfista Prateado e Hulk a primeira encarnação dos Defensores, superequipe formada apenas por super-heróis “marginalizados”.
A seguir:
É o fim da Era da Inocência, e tudo começa a mudar radicalmente. Será que nossos dois personagens sobreviverão aos novos tempos? E como eles serão a partir disso? Não perca a última parte do arco Nas Profundezas ao conhecer a Nova era.
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Um é o filho da princesa de um reino submarino com um humano que tem os homens como inimigos; outro é o filho de um cientista que quebrou as fronteiras entre a terra e o oceano. Dois homens diferentes, com muitas similaridades: Respirar debaixo d’água... E ser parte da história dos comics. Mas como eles se apresentarão frente à um outro tempo, onde eles não existem mais?
“Enquanto isso, na banda desenhada...” é uma seção que traça um paralelo entre o universo real e o mundo dos quadrinhos, analisando como as duas realidades afetam uma à outra, trazendo informação e estimulando a reflexão acerca dessa 8ª arte.
Era de Prata
Pode-se dizer que todos os super-heróis originais “morreram” quando a Era de Ouro acabou, Não só os que foram modificados ou os que nunca mais foram publicados, mas todos, inclusive aqueles conhecidos até hoje, deixaram de existir. Em seus lugares, personagens com origens, atitudes, poderes e até identidades diferentes surgiram. Com Namor e Aquaman não foi diferente.
Em Adventure Comics nº 260, de 1959, um novo Aquaman surgiu pelas mãos de Robert Bernstein e Ramona Fradon. Este Aquaman era Arthur Curry, filho de Tom Curry, um faroleiro humano e Atlanna, uma renegada do reino submarino da Atlântida. Arthur cresceu criado por seu pai e se descobriu possuidor de incríveis habilidades, como respirar debaixo d’água, comunicar-se com animais marinhos e realizar incríveis proezas aquáticas. Quando adulto, decidiu proteger os oceanos sob o codinome de Aquaman. Logo, Aquaman juntou-se à alguns dos mais famosos heróis da superfície e ajudou a fundar a superequipe conhecida como Liga da Justiça.
Em Fantastic Four nº 72, de 1962, Namor ressurge diferente em um tempo diferente. Nesse tempo, O Tocha Humana original não existia mais, mas havia um rapaz que possuía o mesmo nome e poderes, Johnny Storm, que faz parte do Quarteto Fantástico e cujos poderes derivam da exposição à raios cósmicos. Foi esse Tocha Humana que encontrou Namor vagando como um sem teto, sem ter recordações de quem fora no passado, e foi este Tocha Humana que o fez lembrar-se de quem era. O problema é que, ao ter suas memórias de volta e ao retornar para o oceano, Namor descobre sua cidade (que agora era chamada de Atlântida) em ruínas. Ele culpa os seres da superfície e empreende uma batalha contra os humanos, ao que é derrotado pelo Quarteto Fantástico e pelos Vingadores.
Com o tempo, algumas particularidades de Aquaman foram mudando gradualmente. Seu poder de comunicação com as criaturas marinhas passou a ter fonte em uma habilidade telepática, podendo agora se comunicar com as criaturas do mar também à distância. Como muitos dos grandes personagens da época possuíam uma vulnerabilidade (Superman tinha a Kriptonita, Lanterna Verde tinha a cor amarela), os autores acharam que Aquaman também precisava de uma, por isso passou a ser estabelecido que o personagem não podia ficar mais de uma hora fora d’água, ou morreria.
Namor continuou sendo visto como um vilão pelo Universo Marvel por um bom tempo, sendo enfrentado diversas vezes pelo Quarteto Fantástico e pelos Vingadores, tendo inclusive se aliado ao Hulk e à supervilões como Doutor Destino e Magneto. Diferente do Namor "original", que era um jovem impetuoso, este Namor era um adulto arrogante e autoritário (e agora rei da Atlântida), uma "evolução natural" de sua personalidade.
Mesmo fazendo parte da Liga da Justiça, Aquaman teve suas aventuras solo, sempre em histórias secundárias em revistas de outros personagens, até que em 1962 teve sua primeira revista solo homônima, onde acabou conhecendo a fundo a Atlântida e seu povo, foi reconhecido por eles como filho de Atlanna e votado para se tornar rei do povo atlante. Ele conheceu Mera e casou-se com ela na mesma época em que foi coroado rei. Foi nessa época que ele passou a ter seus primeiros arqui-inimigos, como o Mestre dos Oceanos (seu meio-irmão) e Arraia Negra.
Durante seu período visto como uma ameaça à superfície, Namor teve como uma de suas principais motivações o amor por Susan Storm, a Mulher invisível, tema recorrente até hoje nas histórias do Quarteto Fantástico e do personagem. Namor passaria a ter histórias em diversas antologias da Marvel até 1968, quando começava a ser publicado em seu próprio título, “Sub-Mariner”. Suas histórias geralmente alternavam entre conflitos em seu próprio reino (o que incluía insurreições e tentativas de golpes) e seus combates contra os heróis da superfície. Em 71, Namor integrou, junto com Doutor Estranho, Surfista Prateado e Hulk a primeira encarnação dos Defensores, superequipe formada apenas por super-heróis “marginalizados”.
Epílogo: Curiosidades
- Ramona Fradon, artista que ajudou a reformular Aquaman, era uma das únicas mulheres que trabalhavam com quadrinhos na época;
- Namor é responsável pelo ressurgimento do Capitão América, pois foi durante sua luta com os Vingadores que eles acabam encontrando o bloco de gelo onde o Capitão está em animação suspensa desde a Segunda Guerra;
- Durante a Era de Prata, foi revelado através de um retcon (reintrodução de elementos no passado dos personagens) que Namor havia feito parte de uma superequipe conhecida como “Os Invasores”, que lutaram na Segunda Guerra Mundial;
- Nos anos 60, a DC Comics mais uma vez apostou no oceano para contar aventuras quando criou os Demônios do Mar, um grupo de aventureiros que encaravam os mais fantásticos desafios explorando as profundezas dos mares;
- Em 1966 Namor fora adaptado para outra mídia pela primeira vez: Era protagonista de um dos desenhos que eram parte do The Marvel Super Heroes, que também tinha Capitão América, Thor, Homem de Ferro e Hulk. Hoje eles são conhecidos carinhosamente como “desenhos desanimados da Marvel”, devido à animação precária;
- No entanto, foi Aquaman que mais apareceu em outras mídias; começando com um desenho chamado The Superman/Aquaman Hour, em 1967, que contava com meia hora para cada personagem, seguido de seu mais conhecido momento fora dos quadrinhos no desenho Superamigos, de 1973. Além, é claro, de outras aparições mais recentes (que serão vistas no próximo post);
- O Aquaman original da Era de Ouro, aquele que não era metade atlante e sim apenas filho de um cientista, foi “realocado” para a Terra 2, mesma Terra onde viviam Jay Garrick, Superman, Batman, Mulher Maravilha e Lanterna Verde da Era de Ouro. No entanto, este Aquaman nunca fez parte da Sociedade da Justiça.
A seguir:
É o fim da Era da Inocência, e tudo começa a mudar radicalmente. Será que nossos dois personagens sobreviverão aos novos tempos? E como eles serão a partir disso? Não perca a última parte do arco Nas Profundezas ao conhecer a Nova era.